O celular escuta o que eu falo?
Descubra se o celular está realmente te espionando ou se é apenas publicidade comportamental. Leia mais sobre o assunto aqui.
Introdução
Já aconteceu com você de estar conversando com alguém sobre um produto ou serviço e, logo em seguida, se deparar com anúncios relacionados ao assunto nas suas redes sociais? Se sim, você não está sozinho. Muitas pessoas relatam experiências semelhantes, o que levanta a pergunta: será que os nossos celulares estão nos espionando?
Um tweet do usuário leonardodias que viralizou na internet aborda exatamente essa questão. Ele conta a história de um amigo que falou sobre a vontade de comprar um livro de economia para aprender a investir enquanto os amigos estavam com seus telefones na mesa. Minutos depois, esse mesmo amigo recebeu anúncios relacionados a livros, cursos e investimentos em suas redes sociais.
Essa situação parece no mínimo estranha, não é mesmo? E muita gente acredita que os celulares são, de fato, capazes de captar nossas conversas para depois nos oferecer anúncios personalizados. Mas será que essa é uma preocupação válida ou apenas uma teoria da conspiração?
O que são assistentes virtuais
Antes de responder a essa pergunta, é importante entender como funciona a tecnologia por trás dos assistentes virtuais, como a Siri, a Alexa e o Google Assistente. Esses dispositivos são ativados por um comando de voz específico, como “Ei, Siri”, e a partir desse momento começam a captar e processar os sons à sua volta. Quando o comando é dado, o assistente virtual grava tudo o que é dito nos segundos seguintes para tentar entender qual é a sua solicitação.
No entanto, a gravação é interrompida assim que o assistente percebe que não há mais nada a ser registrado. Além disso, todas as gravações ficam armazenadas localmente no dispositivo e podem ser apagadas pelo usuário a qualquer momento. Portanto, não é possível que um assistente virtual escute tudo o que é dito o tempo todo, a não ser que ele seja ativado pelo comando de voz específico.
Como funcionam os aplicativos de celular
Mas e quanto aos nossos smartphones? Será que eles também são capazes de nos espionar? A resposta curta é: não. A resposta longa é um pouco mais complexa.
É verdade que muitos aplicativos pedem permissão para acessar o microfone do celular. Isso é necessário para que eles possam gravar áudios, fazer chamadas de voz e outras funcionalidades relacionadas ao som. No entanto, isso não significa que eles estão constantemente captando o que é dito ao nosso redor.
Os aplicativos só podem gravar áudio quando estão em uso e, mesmo assim, só gravam o que é dito no ambiente em que o usuário se encontra. Ou seja, se você está usando um aplicativo de gravação de voz, ele só vai gravar o que você fala no momento em que está usando o aplicativo. Ele não vai captar as conversas das pessoas ao seu redor.
Além disso, as políticas de privacidade dos aplicativos costumam deixar claro que não é permitido que eles usem as gravações de áudio para fins publicitários. Ou seja, mesmo que um aplicativo esteja gravando o que você diz, ele não pode usar essas informações para lhe oferecer anúncios personalizados.
Então, se os nossos celulares não estão nos espionando, como explicar a coincidência de ver anúncios relacionados a assuntos que acabamos de discutir em voz alta?
A publicidade comportamental
A resposta pode estar em um fenômeno chamado de "publicidade comportamental". Essa prática é utilizada por empresas de publicidade para rastrear os nossos interesses e comportamentos online e, assim, oferecer anúncios personalizados com base nesses dados. Isso é feito por meio de cookies e outras ferramentas que rastreiam o nosso comportamento de navegação na internet.
Por exemplo, se você faz uma pesquisa no Google sobre um determinado produto, é possível que comece a ver anúncios relacionados a esse produto em suas redes sociais. Isso acontece porque o Google está rastreando o seu comportamento online e compartilhando esses dados com outras empresas de publicidade.
Além disso, as redes sociais também coletam informações sobre o que você curte, comenta e compartilha. Com base nessas informações, elas podem oferecer anúncios personalizados com mais precisão. Por exemplo, se você curte muitas páginas sobre moda, é possível que comece a ver mais anúncios relacionados a roupas e acessórios.
Portanto, é mais provável que a coincidência de ver anúncios relacionados a assuntos que acabamos de discutir seja resultado do rastreamento de dados por empresas de publicidade do que de uma suposta espionagem por parte dos nossos celulares.
No entanto, é importante lembrar que a privacidade online é um assunto sério e que devemos tomar cuidado ao compartilhar informações pessoais na internet. É importante ler as políticas de privacidade dos aplicativos e redes sociais que usamos e entender como eles coletam e usam nossos dados. Também é recomendável usar ferramentas de privacidade, como bloqueadores de anúncios e VPNs, para aumentar a segurança online.
Conclusão
Em resumo, embora a ideia de que nossos celulares estão nos espionando possa parecer assustadora, as evidências indicam que isso não é verdade. A coincidência de ver anúncios relacionados a assuntos que acabamos de discutir pode ser explicada pelo rastreamento de dados por empresas de publicidade. No entanto, é importante ficar atento à nossa privacidade online e tomar medidas para proteger nossos dados.
Se você quiser saber mais sobre esse assunto, recomendamos que acesse o tweet original de leonardodias, que deu origem a essa discussão no Twitter. Lá você encontrará mais informações e comentários sobre o tema.