Alzheimer e alimentação
O Mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e
progressiva, que acomete principalmente idosos e é caracterizada pela perda da
capacidade de raciocínio e da memória gradativa de eventos recentes, incapacidade
de resolver problemas ou acompanhar conversas complexas, alterações
comportamentais, como irritabilidade, agressividade, entre outros sintomas que
podem variar de acordo com o estágio em que se encontra a doença.
De maneira mais simples, a doença de Alzheimer tem início
quando fragmentos de proteínas se depositam e se acumulam em locais do cérebro,
gerando aumento no processo inflamatório e toxicidade e, como consequência,
começa haver morte progressiva de neurônios.
Um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e
prática de exercícios, é fundamental em todas as fases da vida e ajuda a
preservar as células do envelhecimento, auxiliando na prevenção de diversas
doenças, por isso, merecem especial atenção também na terceira idade.
Pela alta utilização de oxigênio, o cérebro está sempre
exposto a um aumento de radicais livres e os alimentos ricos em antioxidantes,
como frutas e vegetais, principalmente orgânicos, ajudam a prevenir os danos
causados por esse excesso tanto no cérebro como no organismo, que também são
responsáveis pelo envelhecimento celular.
Por isso, ter uma alimentação variada e rica em alimentos
coloridos, dando preferência aos alimentos naturais ao longo da vida, em
relação aos alimentos refinados – ricos em açúcar e gorduras (comuns na dieta
ocidental atualmente) que podem acelerar o processo de envelhecimento cerebral
–, pode ser uma das estratégias para diminuir os riscos da doença.
Os ácidos graxos ômega-3,
presentes em peixes como sardinha, salmão, arenque, atum e nas sementes de linhaça e chia,
possuem importante função na saúde cerebral, pois melhoram processos
cognitivos, como aprendizagem e raciocínio, além de melhorar a transmissão de
informações nervosas através dos neurônios, dessa maneira podem ajudar na
prevenção da progressão da doença.
A acetilcolina é um neurotransmissor que, dentre outras
funções, participa da memória e do aprendizado, por isso também deve fazer
parte da alimentação de pacientes com Alzheimer. As maiores fontes alimentares
são: a soja e o ovo, principalmente a gema.
Além disso, uma dieta baseada em cereais integrais, peixes,
frutas, verduras e legumes, gorduras de boa qualidade, como azeite
extravirgem e oleaginosas, com consumo moderado de carne vermelha, sal e
alimentos industrializados, fornece substâncias com efeito neuroprotetor,
reduzindo o risco de demências, como o Alzheimer.
Ao mesmo tempo que a escolha dos alimentos é importante,
também deve-se levar em consideração como será feita a oferta desses alimentos,
uma vez que a doença já está instalada. Por isso, deve-se atentar ao tipo de
consistência adequada, estimulando a autonomia com talheres e outros utensílios
adaptados, que ajudam a prevenir a perda de peso progressiva e possíveis
agravamentos do quadro clínico. Se necessário, a utilização de alguns tipos de
suplementos também pode ser indicada, para complementar os nutrientes
provenientes da alimentação.
Com algumas ações nutricionais específicas, é possível não
apenas ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças como o Mal de Alzheimer,
mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes que já a possuem, além de
poder contribuir, junto com outras estratégias, para o retardo de sua
progressão.
Comentários
Postar um comentário