Em busca do “corpo perfeito”, qualidade de vida, saúde e longevidade,
muitas pessoas ficam em dúvida se precisam fazer uso, em seu dia a dia,
de algum tipo de suplemento alimentar ou polivitamínico. De certa forma,
é o mesmo mecanismo que move para a adoção de “dietas milagrosas”. Ou
seja, transferência de responsabilidade com “soluções mágicas e
práticas”.
As vitaminas e os minerais são uma parte vital de uma dieta saudável e são encontrados naturalmente nos alimentos e essa deve ser a via que devemos utilizar para suprir nossas necessidades nutricionais. Salvo em determinadas situações onde essas necessidades ficam aumentadas e, através de exames laboratoriais lança-se mão do uso.
Exemplos: no início da gravidez, as mulheres precisam mais de ferro e ácido fólico; os vegetarianos rigorosos podem ter deficiência de vitamina B12, a qual só se obtém a partir de produtos animais; em casos de diagnóstico de anemia, usa-se a suplementação com ferro até que ocorra a normalização do mineral no organismo; atletas profissionais, com base em análises laboratoriais, têm perdas maiores de vitaminas e minerais, utiliza-se então um ou mais suplementos para repor essas perdas.
Enfim, existem critérios científicos para a utilização de suplementos e grande parte das pessoas acha que a utilização dos mesmos pode substituir ou até ajudar, sem dano algum, a alimentação. Por outro lado, o consumo de grandes quantidades (megadoses) de suplementos de vitaminas e minerais sem supervisão médica e nutricional pode ter efeitos prejudiciais (tóxicos).
Exemplos: no início da gravidez, as mulheres precisam mais de ferro e ácido fólico; os vegetarianos rigorosos podem ter deficiência de vitamina B12, a qual só se obtém a partir de produtos animais; em casos de diagnóstico de anemia, usa-se a suplementação com ferro até que ocorra a normalização do mineral no organismo; atletas profissionais, com base em análises laboratoriais, têm perdas maiores de vitaminas e minerais, utiliza-se então um ou mais suplementos para repor essas perdas.
Enfim, existem critérios científicos para a utilização de suplementos e grande parte das pessoas acha que a utilização dos mesmos pode substituir ou até ajudar, sem dano algum, a alimentação. Por outro lado, o consumo de grandes quantidades (megadoses) de suplementos de vitaminas e minerais sem supervisão médica e nutricional pode ter efeitos prejudiciais (tóxicos).
Hoje virou moda a utilização de algum tipo de suplementação, sem uma avaliação mais detalhada, prescrição e acompanhamento médico e de um nutricionista. É muito comum encontrarmos lojas e farmácias repletas de polivitamínicos, de várias marcas e dosagens e, até mesmo, propagandas em vários canais de TV aberta, onde a pessoa que apresenta um programa é o mesmo que divulga esses produtos. Convenhamos, são necessários critério e bom senso!! Cada indivíduo é único e sendo único, deve ser tratado como tal, com respeito às suas particularidades e necessidades específicas.
Somente o nutricionista que avalia o valor nutricional de uma alimentação, analisando se as recomendações de diversos nutrientes estão sendo atingidas. Se não estiverem, o profissional sugere ajustes e modificações nos hábitos alimentares considerando estilo de vida, estado de saúde, antecedentes clínicos e familiares, atividade física e outros fatores. É preciso saber o que nosso corpo precisa para funcionar bem, em quais quantidades e onde naturalmente podemos encontrar, ou seja, o que devemos comer.
As quantidades recomendadas para cada um dos nutrientes não foram inventadas, são frutos de anos de estudos de cientistas e pesquisadores e antes de serem divulgadas no meio acadêmico, são julgadas pelo Food and Nutrition Board of the National Academy of Sciences, órgão de reconhecimento internacional e, uma vez estabelecidas, as recomendações são utilizadas como norteador para toda a população mundial.
Consumo incorreto
Os efeitos benéficos e os possíveis
malefícios vão depender do tipo e da dosagem de mineral ou vitamina a
ser suplementado. Muitas vitaminas e minerais são tóxicos ao organismo
quando consumidos em grandes quantidades, acima das recomendações. Esses
nutrientes podem se acumular no organismo, causando problemas
hepáticos, renais, entre outros. Um estudo realizado por por
pesquisadores de várias instituições liderados pelo cientista Jaakko
Mursu, da Universidade de Kuopio, na Finlândia, e da Escola de Saúde
Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, levaram os
cientistas a concluir que se automedicar com vitaminas e suplementos sem
necessidade traz sérios malefícios.
Eles afirmaram que tomar
multivitamínicos e as vitaminas B6 e ácido fólico (ou B9), ferro,
magnésio, zinco e cobre implica em uma elevação do risco de morte em
mulheres com mais de 55 anos. A explicação para os resultados é que a
maioria desses compostos se torna nociva em quantidades elevadas. Isso
aumenta as chances de reações que facilitam o desenvolvimento de doenças
como câncer e problemas cardiovasculares. Os autores supõem que
vitaminas e minerais produzam efeitos similares nas taxas de risco de
mortalidade entre os homens, mas isso ainda não foi pesquisado. O
trabalho foi publicado na última edição da revista científica americana “Archives of Internal Medicine”.
Nos anos, 90, contudo, descobriu-se o
primeiro efeito negativo das tais pílulas milagrosas: aumentam as
chances de câncer no pulmão. Agora, outros males estão sendo revelados:
as vitaminas C e E, em excesso, atrapalham no reparo do DNA, o que pode
comprometer a síntese de substâncias vitais para o corpo.
Aqueles que optarem pelo uso de
suplementos devem utilizá-los em baixas doses, evitando a ingestão em
excesso. Pouca evidência científica comprova malefícios com a ingestão
de baixas doses de suplementos, porém, em altas doses, podem trazer
grande toxicidade ao organismo.
Como vimos até o momento, nenhum medicamento deve ser tomado sem orientação médica, nem mesmo vitaminas ou minerais (estes também deverão ter orientação do nutricionista).
Segue abaixo uma listagem de algumas vitaminas e minerais e seus respectivos excessos ao nosso organismo:
Vitamina A (retinol): O excesso de vitamina A pode ser tóxico, quando é tomada em
única dose (intoxicação aguda) ou durante um período prolongado
(intoxicação crônica), ocorrendo normalmente em decorrência do consumo
de grandes doses (10 vezes maior que a necessidade recomendada) durante
meses.
Os sintomas são: dor de cabeça (cefaleia), sonolência,
irritabilidade, vômitos, descamação da pele, aumento do baço e dos rins,
espessamento ósseo, dores articulares, cabelo escasso e áspero, a queda
parcial das sobrancelhas, as rachaduras labiais e a pele seca e
áspera. As cefaleias intensas, a hipertensão intracraniana e a fraqueza
generalizada são manifestações tardias. Quando uma mulher toma
isotretinoína (um derivado da vitamina A utilizado no tratamento de
problemas cutâneos) durante a gestação, o seu filho pode apresentar
malformações congênitas.
O beta-caroteno, encontrado em vegetais
de cores laranja (ex. cenouras, mamão, etc), é convertido lentamente em
vitamina A no organismo e pode ser consumido em grandes quantidades sem
causar intoxicação. O único efeito secundário observado é o surgimento
de um tom amarelo-escuro (carotenose), nas palmas das mãos e nas plantas
dos pés.
Ingestão Diária Recomendada para Adultos (IDR)= 600mcg
Niacina (ácido nicotínico / vit. B3): em doses
superiores a 200 vezes ao recomendado é prescrita para controlar a
concentração alta de gorduras (lipídeos) no sangue. Essas doses podem
causar rubor intenso, prurido, lesão hepática, distúrbios cutâneos,
gota, úlceras e redução da tolerância à glicose. (IDR) = 16mg
Vitamina B6: A administração de doses elevadas de vitamina B6 (500 a 3.000 vezes a quantidade diária recomendada - QDR)
prescritas para o tratamento da síndrome do túnel do carpo ou da tensão
pré-menstrual podem lesar gravemente os nervos, destruindo parte da
medula espinhal, o que torna difícil a deambulação (andar, caminhar). (IDR) = 1,3mg
Vitamina C: As doses superiores a 1.000 miligramas
por dia causam diarréia, litíase renal (nos indivíduos susceptíveis) e
alterações do ciclo menstrual. Alguns indivíduos que interrompem
abruptamente o consumo de doses altas apresentam o escorbuto de rebote
(grave manifestação de carência de Vitamina C). (IDR) = 45mg
Vitamina D: Os sintomas
iniciais da intoxicação são falta de apetite, náuseas, vómitos, aumento
da micção (urina), fraqueza, nervosismo, sede, ardor cutâneo,
insuficiência renal, hipertensão arterial e depósitos de cálcio por todo
o corpo, sobretudo nos rins, onde ele pode causar uma lesão permanente.
(IDR) = 5mcg
Vitamina E: Podem ser
administradas aos recém-nascidos prematuros para reduzir o risco de
retinopatia (lesões não inflamatórias da retina ocular), não parecem
produzir qualquer efeito adverso significativo. Nos adultos, as doses
elevadas produzem pouquíssimos efeitos adversos apreciáveis, exceto o
aumento das necessidades de vitamina K, o qual pode causar hemorragia
nos indivíduos que fazem uso de medicamentos anticoagulantes. (IDR)= 10mg
Ácido Fólico: Em doses
de 100 vezes a QDR, ele pode aumentar a freqüência de crises convulsivas
em indivíduos epilépticos e pode piorar a lesão neurológica nos
indivíduos com deficiência de vitamina B12. (IDR) = 400mcg
Cálcio: Consumo
excessivo de leite pode estar associado a câncer de próstata, ligado ao
nível elevado de cálcio no sangue. Pessoas que consumiram mais de 2.000
mg de cálcio por dia, tiveram o dobro de chance de desenvolver câncer de
próstata. Além disso, esse excesso pode causar pedras nos rins,
síndrome álcalina do leite, insuficiência renal, elevadas concentrações
de cálcio no sangue, perda do tónus intestinal, conduta anormal
(psicose). (IDR) = 1000mg
Cobre: O consumo de
quantidades relativamente pequenas de cobre livre pode provocar náusea e
vômito, podendo também ocorrer depósitos de cobre no cérebro e lesões
do fígado. (IDR) = 900mcg

Ferro: O excesso de
ferro é tóxico e provoca vômito, diarreia, pigmentação da pele
(apresenta uma coloração bronzeada), lesões no fígado (cirrose e até
câncer) e lesão intestinal. O ferro pode acumular- se no corpo quando um
indivíduo é tratado com quantidades excessivas ou por um tempo
demasiadamente longo. Os sintomas podem incluir diabetes,
insuficiência cardíaca, artrite, impotência, infertilidade,
hipotireoidismo, fadiga crônica e morte prematura. (IDR) = 14mg
Flúor: fluorose
(acumulação excessiva de flúor), manchas irregulares de cor branco-giz
formam- se na superfície do esmalte dentário, podendo tornar-se amarelas
ou castanhas e fazendo com que o esmalte pareça moteado., excrescências
ósseas da coluna vertebral. (IDR) = 4mg
Iodo: A
intoxicação pelo iodo é causada pelo consumo diário de quantidades
muito grandes de iodo (400 vezes a QDR), algumas vezes como consequência
do fato de viver próximo ao mar. O excesso de iodo pode produzir o
bócio e, algumas vezes, o hipertireoidismo. (IDR) = 130mcg
Magnésio: Não
há nenhuma evidência de efeitos adversos do consumo de magnésio
naturalmente proveniente de alimentos. Os Efeitos adversos de magnésio
que contém os suplementos podem incluir elevadas concentrações de
magnésio no sangue, hipotensão arterial, insuficiência respiratória,
ritmos cardíacos anormais. (IDR) = 260mg
Selênio: Podem
ser decorrentes do uso de suplementos sem prescrição médica em doses de
5 a 50 miligramas por dia. Os sintomas são náusea, vômitos, queda do
cabelo e das unhas, inflamação cutânea e possíveis alterações nervosas. (IDR) = 34mcg

Potássio: elevadas concentrações de potássio no sangue, paralisia, alterações cardíacas. (IDR) = 2,5g
Zinco: Excesso o zinco
pode provocar problemas, este é tóxico acima de determinados valores.
Para doses de ingestão superiores a 2g ou mais, pode provocar sintomas
de envenenamento, que incluem vômitos, febre, náuseas. Quando presente
em quantidades elevadas, sabe-se que compete com outros minerais na
absorção intestinal. (IDR) = 7mg
Quando as recomendações nutricionais,
para cada nutriente, são definidas pelas comissões científicas, são
também previstas algumas necessidades extras que consideram a
resistência às infecções, manutenção e integridade da pele, alterações
climáticas dentre outras. Sabe-se que em algumas doenças, alterações no
metabolismo, estresse, excesso de bebidas alcoólicas, tabagismo, ocorre
aumento das necessidades de alguns nutrientes, mas não se sabe de quanto
precisamente. Nesses casos, algumas vezes são necessários exames
laboratoriais específicos, acompanhamento com médico e ajustes na
alimentação feito por um nutricionista.
O Ministério da Saúde considera
suplemento, produtos que não ultrapassam 100% da Ingestão Alimentar
Recomendada para determinado nutriente. Acima de 100%, deixa de ser
suplemento e torna-se um medicamento. Sendo assim, a utilização da
suplementação, por questões de segurança à saúde, deve ser precedida de
avaliação nutricional e reeducação dos hábitos alimentares.