Todos nós já ouvimos falar de piranhas, por serem perigosas, carnívoras
e esfomeadas. Mas será que são tudo isso de que se ouve falar?
A piranha é um dos mais temidos peixes de água doce do mundo e isso se
deve à violência de seu ataque, que pode ser realizado em grupo ou
individualmente. Entretanto, apesar da fama de má, ela está longe de ser
uma assassina cruel e implacável. Também não é uma devoradora de gente,
como muitos imaginam. "A piranha só ataca quando tem fome. E, ao
contrário do que se pensa, ela não sente uma atração incontrolável por
sangue.
Os ataques são provocados principalmente por quedas de objetos
na água ou movimentações incomuns, que são interpretadas como a presença
de um animal ferido ou em dificuldade", afirma o zoólogo Ivan Sazima,
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Além de hábil caçadora, a
piranha também se alimenta de animais mortos e pode dar uma de canibal,
comendo companheiras de bando quando o alimento fica escasso. Quando
ataca outros peixes, ela abocanha principalmente escamas, nadadeiras e
partes dos músculos da vítima. "Geralmente as piranhas não comem o
animal inteiro, a não ser que estejam em grupos muito grandes", diz
Ivan.
Existem 36 diferentes espécies de piranha no planeta, todas
encontradas só na América do Sul no Brasil, já foram identificadas 24
espécies. As maiores são a piranha-preta (Serrasalmus rhombeus),
encontrada na Amazônia, e a piranha-do-são-francisco (Pygocentus
piraya), ambas com 40 centímetros de comprimento. Já a espécie mais
temida é a piranha-caju ou queixuda (Pygocentrus nattereri). "Ela tem
uma mordida altamente mutilante e quando ataca provoca graves
ferimentos", afirma Ivan.
Rio de Sangue
Elas devoram grandes animais, mas investidas contra humanos são raras
Nadando com o inimigo
A
piranha-pintada ou pirambeba (Serrasalmus spilopleura) recorre a várias
estratégias para capturar seu almoço. Uma delas é se "infiltrar" no
meio das vítimas. Ela nada calmamente ao lado de peixes como pintados
até eles se acostumarem com sua presença. Quando o cardume relaxa, a
pirambeba dá o bote!
Camuflagem Submarina
Algumas espécies
preferem caçar sozinhas, como a piranha-catirina (Serrasalmus
marginatus). Ela gosta de se esconder antes de atacar. Quando um peixe
como um dourado se aproxima da catirina, ela avança de surpresa, dando
mordidas nas nadadeiras e nas escamas da vítima.

Ataque Lendário
São
raros os ataques a banhistas. Em geral, eles acontecem quando alguém se
aproxima de pontos de reprodução de espécies como a piranha-pintada
(Serrasalmus spilopleura). Mesmo assim, não há casos cientificamente
documentados de ataques fatais, apenas relatos populares. Os únicos
casos comprovados de humanos devorados por piranhas ocorreram com
pessoas que já estavam mortas na água afogadas, por exemplo
Boa de Boca
Apesar
de ter boca pequena, a piranha possui dentes afiados como uma navalha.
Sua poderosa mandíbula se projeta para a frente, facilitando o ataque.
Quando abocanha sua presa, ela arranca um naco de carne e deixa uma
marca em formato de cratera.
Boi de Piranha 1
No Pantanal,
quando uma boiada precisa atravessar um rio infestado de piranhas, os
peões costumam sacrificar um animal para proteger o resto do rebanho.
Eles ferem um boi para atrair as piranhas e atravessam o curso dágua num
ponto mais afastado.
A piranha-caju ou queixuda (Pygocentrus nattereri) é a responsável pela maior parte desse tipo de ataque na região do Pantanal
Boi de Piranha 2
O
ataque é feito em grupo, mas de maneira desordenada. Após dar uma
mordida, a piranha se afasta, dando vez a outras companheiras. Esse
movimento de morder vorazmente a vítima até desfigurá-la é conhecido
como "frenesi alimentar"
Fonte: Portal das Curiosidades.