Conforme a idade avança, é praticamente inevitável que as pessoas percam
pelo menos parte da saúde e eficiência de seus olhos. A maioria das
doenças comuns aos idosos, como a catarata, é controlável com facilidade
se for tratada, mas pode levar à cegueira se não houver assistência
médica.
Buscando facilitar esse tratamento, bioquímicos americanos trabalham em uma substância que promete um atalho para a cura.
O nome desta heroína seria N-Acetilcisteína-amida (NACA, na sigla em
inglês). Trata-se de um dos famosos antioxidantes: moléculas que, ao
combater a oxidação dos compostos químicos nos quais agem, impedem a
formação de radicais livres, que matam células do nosso corpo em
sequência.
Essa morte celular em cadeia é o que pode originar as
chamadas doenças degenerativas, frequentes na terceira idade.
O NACA, na verdade, é uma versão melhorada de um composto anterior
que já era usado no combate à catarata, o NAC. Fazendo a adição
molecular necessária, cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia
de Missouri (Estados Unidos) conseguiram tornar a substância mais,
digamos, “fluída”: ela consegue passar pelas membranas celulares mais
facilmente.
Isso influencia diretamente na fabricação de um colírio à base de
NACA. Quanto melhor e mais rápido for o contato entre a molécula e as
células da retina do paciente, menores precisam ser as doses aplicadas. O
medicamento, portanto, é mais eficiente. Turbinados por uma ajuda de
378 mil dólares (equivalente atual a R$ 760 mil) em três anos, os
bioquímicos americanos estão engajados nesta missão.
O problema das doenças degenerativas
Catarata, doença macular e outros males que acometem os olhos de pessoas a partir dos 50 anos são exemplos de casos dolorosos da “infantilidade” médica no Brasil e no mundo: com um pouco mais de boa vontade e tratamentos adequados, a catarata poderia ser quase erradicada. Mas, no nosso país, a cada ano 250 mil pessoas são deixadas no caminho para a cegueira.
Isso acontece porque a melhor forma de combater essa doença,
atualmente, é a cirurgia. Nos Estados Unidos, cujo sistema de saúde é
privado, este procedimento custa 9 bilhões de dólares (R$ 18 bi) por
ano. Em nosso país, não mais do que 60% da demanda à cirurgia de
correção à catarata é atendida, segundo dados do próprio Ministério da
Saúde.
Substâncias como o NACA podem oferecer uma alternativa mais saudável e
menos dispendiosa. Nos primeiros testes oculares, feitos em ratos, os
resultados foram promissores. O desafio dos americanos é repetir o
desempenho em olhos humanos e, no futuro, usar o mesmo princípio para
curar outras doenças degenerativas.
Fonte: [Medical Xpress/ISaúde/G1]